domingo, 30 de outubro de 2011

71. Grande



Conheci-o há muitos anos já ele, para mim claro está, era um tipo entrado na idade. Eu era, portanto, muito mais jovem, uns bons trinta e tal anos mais novo. Por isso a minha deferência com ele, obrigava-me a tratá-lo por Sr. Máximo. Teria, não sei bem, os meus sete anos e meio quando o meu pai, parece que ainda lhe oiço as palavras, me disse, vais conhecer a pessoa mais espetacular que alguma vez virás a conhecer. E foi verdade. O Sr. Máximo, ninguém sabe se era nome ou se era alcunha, ninguém sabia de onde tinha vindo, ninguém lhe conhecia família, não se lhe sabia a idade, não era apenas uma pessoa bondosa. Era uma pessoa eloquente. E tocava sanfona e tinha uma grafonola. Era aquela pessoa que gostávamos de ver, sentado na mesa do café, sempre com um café por beber (ele esquecia-se com frequência e só descobria quando a chávena já estava fria), rodeada de amigos, contando histórias, dando uma boa gargalhada. Nunca fumou um cigarro mas, sempre que um dos amigos fumava junto, não barafustava, não fazia gestos de desagrado. Por vezes, já depois do outro ter saciado o seu vício recomendava-lhe que parasse. Mas sem uma crítica, sem nenhum azedume. Colecionava conchas e tinha bichos da seda. Casou cedo, mas infelizmente o seu casamento não durou o tempo que ele previa. Tratava a mulher como princesa, ninguém lhe conheceu um arrufo. Aliás, antes pelo contrário, as amigas da mulher, com quem esta confidenciava, tinham inveja de não terem arranjado um marido assim. A doença, levou-a ainda nova e ele jurou honrar-lhe a memória nunca mais casando. Todas as manhãs havia uma rosa vermelha fresca, acabada de podar, que ele colocava na sua sepultura. O Sr. Máximo, assim lhe chamei até ao dia em que naturalmente veio a falecer, não bebia, mas era alegre. Nos bailaricos da coletividade, já eu ia nos meus dezassete anos e o Sr. Máximo nos seus cinquenta, dançava como qualquer jovem. As senhoras, solteiras, viúvas ou separadas quase que faziam fila para dançarem com ele e as casadas, todos temos a certeza, morriam de ciúme. Nas pausas para o bufett, pagava chocolates e laranjadas a todas. Algumas preferiam gasosa, outras um chá. Quanto a cultura, parecia-me um daqueles sábios de antanho. Conhecia os filósofos da antiguidade e os modernos. Um dia vi-o dar uma lição de história ateniense absolutamente fantástica. Conhecia a mitologia grega e a romana, comparada. Dava explicações de matemática gratuitas aos filhos dos seus amigos e, de religião, ele que nunca professou nenhuma, era como se fosse um sacerdote. Ou um pastor. Ou um imã, um rabino, um ayatollah, um cádi, um califa, um lama. Morreu há três meses, vítima de uma pneumonia, calculamos que com os seus quase (ou talvez mais) noventas anos. Do Sr. Máximo ninguém sabia quando nasceu, nem de onde era. Isso complicou tudo quando os amigos, numa última homenagem, lhe mandaram fazer a lápide. Colocar o quê? Apenas o único nome conhecido, sem data nem local de nascimento, não poderia ser. Optaram por lhe deixar apenas uma frase. Simpática, creio eu.” Aqui jaz, aquele que não bebia, não fumava, não discutia com ninguém, que tinha sempre uma palavra amiga, que era o melhor dos amigos que se pode ter…”. E como ele era a pessoa mais bem-humorada que alguém poderia conhecer, acrescentaram  “ … e que nunca falou mal da sogra”. E assim ficou gravado no mármore da sua lápide. No outro dia, junto à campa dele, reparei que quem passava e lia o epitáfio, não evitava comentar, este fulano era o máximo.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

70. Penalti



Pois é assim mesmo como lhe digo, meu caro Pedro. Eu bem sei que com a sua idade, com as suas barbas brancas, não há nada que o Pedro não saiba, nem nada que ainda o admire mas, se não estiver com muita pressa e eu sei que não, ficamos aqui um pouco mais à conversa. Desabafar, entende? No início eu nem era muito dado ao futebol, talvez da idade ou por ser assim franzino, não me puxava para a bola. Ainda me lembro de uma vez me terem dito, ficas aqui à defesa, o teu lugar é este, e depois com uma cana, fizeram um círculo à minha volta, não sais daqui deste espaço, percebeste? E eu que sim, com a cabeça mas meio estúpido, pensando com os meus botões, então o jogo não é andarmos todos a correr atrás da bola? E ali fiquei sem me mexer mais do que um passo para um lado e um outro para a frente, só para não sair do círculo desenhado e os outros a passarem por mim, a chutarem à baliza a marcarem golos e eu nem os via, pois se não podia sair daquele círculo como é que via os outros a marcarem golos? Mas o que eu gostava mesmo era de brincar às escondidas, aos índios e cóbois como nos livros aos quadradinhos, e ao pião. Foi o meu pai que me ensinou, sabe Pedro, lá no terreiro do pátio, ele a ensinar-me a enrolar a guita, do bico para cima, depois a inverter o pião a ensinar-me a lançá-lo, primeiro à menina, que era mais adequado para a minha idade e depois, quando eu já pegava melhor no pião e na guita ao mesmo tempo, lançar à homem, que era com mais força e eu, todo vaidoso, nos meus cinco anos de idade já a ensinar aos outros meninos a lançar o pião à homem. Mas a bola, mais cedo ou mais tarde, teria de vir ter comigo, era o meu desígnio. O meu pai trouxe-me, de uma viagem que fez ao estrangeiro, uma bola de catechu. Ena pah, uma bola de catechu! Era o único miúdo da minha rua que tinha uma bola de catechu e, claro está, estava decidido- A partir daí faria parte de todas as equipas, até que por fim, acabei por ter jeito para aquilo, sem nunca deixar de dar primazia à escola, onde além de ser o melhor aluno a ditado, nunca dava um único erro e a vocabulário também era bom, mesmo em longos textos, como o da Lebre e o Sapo-concho, eu sabia as chamadas palavras difíceis todas e além disso ainda ganhei uma taça num concurso da matemática. Pronto, tinha queda para a escola e sem deixar de estudar, sei ler desde os quatro anos, acredita Pedro?, (pena que era fraquinho a desenho), continuei a fazer parte de todas as equipas de futebol da turma e a marcar golos atrás de golos. Não admira, Pedro, que na minha galeria de ídolos o José Águas, o Torres, o Eusébio, o Artur Jorge, o Nené, o Jordão, o Magnunsson, o Nuno Gomes, estejam na primeira fila e só depois os reis D. Dinis e D. João II, o Marat, o Lincoln, o Marx, o Ghandi, o Salgueiro Maia, o Allende, o Mandela. Mais tarde, quando o meu joelho não me permitiu fazer mais corredias e o nervo ciático me travava logo à partida, troquei os retângulos das pelada pela frias bancadas do estádio e aí é que foi o pior. Começaram os tremores, as palpitações, as arritmias, a tensão arterial a subir. Pois foi Pedro, foi tudo isso, mas quando o Cardozo falhou aquele penalti, não aguentei mais e vim para aqui falar consigo e fazer-lhe companhia. Mas sabe o que mais me admirou, aqui neste local, Pedro? Foi o azul celeste dos relvados. E faça-me um favor, faça com que, à hora do jogo, faça bom tempo no Domingo, que eu já não tenho pernas para andar sempre a escorregar no piso molhado das nuvens. 

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

69. Há mais marés ou há mais marinheiros?



Não tenho por costume dizer, quando conto histórias, que isto que vos estou a contar é verdade, ou jurar pela minha querida saudinha que ninguém é mais verdadeiro do que eu, nem tão pouco bater com a mão direita três vezes no peito, mas que ele há coisas que até parecem mentira, lá isso há. Pois bem aquilo que vos vou contar a seguir, juro pela minha saúde que é verdade e, lá virá o tempo em que a tecnologia o permitirá, por agora vocês não veem, mas eu estou a bater com a mão direita no peito. Três vezes.

Seriam umas três para quatro da tarde, não posso precisar pois a luz ambiente era fluorescente e não se descortinava a luz do dia quando, por erro meu e falta de prática, deixei cair uma chave francesa com que trabalhava, lá em cima no desaerificador da casa da máquina. Pimba, catrapimba, pimba, pum, a chave a varrer os varandins dos vários pisos e a estatelar-se num passadiço, quatro andares mais a baixo. Segui o seu percurso com os olhos, mas não fui eu que a desviei. Só pode ter sido a Providência Divina, pois que naquele dia e àquela hora, um marinheiro que passava a centímetros e eu por consequência, foi como se tivéssemos renascido. Juro pela minha saúde como isto é verdade.

À hora do jantar, eu ainda estava lívido. É verdade que das setenta e duas horas consecutivas que iria trabalhar devido a uma arreliadora avaria a bordo, já tinham decorrido umas cinquenta sem pregar olho, o que não dá boa cara a ninguém, mas aquela era tão estranha que não passou despercebida a nenhum dos meus companheiros. Contei- lhes então o episódio acima relatado não sem uma ponta de emoção. Na verdade nem eu conhecia o marinheiro, nem ele me conhecia a mim, para poder ter qualquer tipo de qui-pro-quo com o indivíduo. Foi um acidente (incidente?) mas isso poderia acontecer a qualquer um.

Quando acabei de contar aos que comigo estavam na sala, um marinheiro presente pediu autorização ao comandante para usar da palavra e retirou a queixa que tinha acabado de fazer por tentativa de homicídio. Não voltei a ver este tripulante na minha vida. Também, não tenho vontade. A história não se repete duas vezes. E nunca sabemos quais são os desígnios da dita.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

68. A falar é que a gente se entende




Noutros tempos a gente escrevia de uma maneira diferente. Colocávamos dois eles na palavra ella, escrevíamos cousas em vez de coisas e até o nosso Eça, era Queiroz em vez de Queirós. Isto para não falar que quem ia a Chang-Hai ia exatamente ao mesmo sítio de quem hoje vai a Xangai. Ou poderíamos mesmo dizer que quem fosse a uma pharmacia comprar uma uncção a poderia espalhar na pele ao mesmo rhythmo com o que faria hoje. E se estas formas de escrever não atrapalhavam a oralidade, muito menos atrapalha quem atualmente decidiu adotar o acordo ortográfico feito com os outros países que falam a língua de Camões. Falam-na, não têm forçosamente que a escrever, pois se assim fosse estaríamos a escrever à moda do século XVI.

Esta introdução vai longa e não adiantou nem atrasou quase nada à história que vos quero contar hoje e que não é exatamente uma história para se escrever mas sim uma história para se contar. Resume-se a história ao jeito do nosso povo dizer as coisas pois, do Minho ao Algarve, se encontram por todo lado genuinidades linguísticas. Conto-vos então que a minha avó materna, saudosa avó acrescento, dizia ela que quando chegava, tinha avonde e a avó da minha mulher não fazia o café na cafeteira mas sim na escolateira (chocolateira, seria) e qualquer aparelho, para ela, era um tarrasso. Hoje em dia existem já publicados vários livros com palavras próprias de cada região que valem a pena ser lidos por quem for curioso destes regionalismos linguísticos.

Mas muito mais interessantes do que as palavras isoladas são as expressões que as utilizam ou como são verbalizadas, não me referindo propriamente às expressões idiomáticas, mas sim mais ao jeito que cada um tem para dizer coisas simples, para se fazer entender. Um amigo meu, já idoso, quando lhe perguntamos então como é que isso vai ti Joaquim?, ele responde-nos, estou aqui até que o enterrador queira. Digam cá se não tem magia? Era a esta magia do dizer que eu queria chegar com toda a retórica supra. Há uns anos atrás, quando o meu filho, ainda petiz, quis encher a garrafa de água no chafariz que estava ali mesmo à mão, o ti Chico pescador logo o desincentivou. Apontou-lhe um outro chafariz, que ficava distante daquele uns bons cem metros, que para a criança deveriam parecer mil, e explicou-lhe, enche antes daquela; esta também é boa, mas na presta. E claro que percebemos perfeitamente o que ele queria dizer.

sábado, 8 de outubro de 2011

67. Vozes de burro...


Quem me contou esta história já cá não está para me desmentir. Não é que isso tenha muita importância mas se é que há coisas certas na vida uma dela era que o ti Romão não começava nenhuma frase a não ser por "na", um "na" prolongado, como apraz à pronuncia alentejana, mesmo que depois fosse apenas para confirmar a sentença. Mas se na sequência da conversa isso não viesse a confirmar um desmentido formal, pelo menos deixaria o interlocutor na expetativa. Daí que não me sobrem muitas dúvidas que esta minha história tenha desde já uma verdade, mesmo que seja mentira. "Na" , sr. Constantino (ou, neste caso, porque ele não lia o meu blog) , "na" sr. Vítor...

Nesse tempo tão pouco se falava numa ponte que unisse o Pomarão a El Granado, quanto mais imaginar que desde a Moreanes ao povoado espanhol qualquer carro poderia fazer o trajeto em menos de meia hora. Para dizer a verdade, ninguém pensava que se poderia ir de carro a El Granado. O mais que se fazia era tentar que alguém que fosse para aqueles lados, na data e hora indicada lhe desse uma boleia numa qualquer carroça, em alternativa a levantar-se às quatro da manhã e a pé chegar à Corte de Pinto. Aí alguém os faria atravessar o Chança, outrora rota de contrabandistas. Do outro lado, já em Espanha, um carro os esperaria para os levar ao António. E a horas, porque o António tinha freguesia que chegasse e não pactuava com atrasos.

Era o António pau para toda a obra. Para uns, santo, para outros apenas vidente, milagreiro era o que era, curandeiro de meia-chinela para alguns, poucos, endireita, doutor,  pode escrever, doutor com letra grande, sr. Vítor. Até curava sesões! Para o Joaquim da Mula, rapaz cá da aldeia, filho de mineiro, forte e sagaz, o António, não passaria de um charlarão que nem uma alimária seria capaz de tratar. Acostumado que estava às bestas, mulas, machos, burras e outros quadrúpedes, ajudava-os a nascer das éguas do patrão, dava-lhes os primeiros fenos, sem piedade disparava a espingarda de caça se algum dos animais tinha o azar de se enterrar num barranco e de lá quebrar uma pata. Era ele próprio um bruto que nem conhecia uma letra, nem de propósito, maior do que um burro. Numa tarde aziaga, Joaquim das Mulas, caiu ele num barranco que ia cheio com as primeiras águas de Novembro. Durante semanas tossiu como se fosse a tísica que dele se tivesse apoderado. Em Mértola os médicos não lhe davam com a maleita e para Beja, nem pensar, já lá lhe tinha ficado lá a Marcília, sua primeira e única mulher, casada de papel passado e a mais o filho que trazia na barriga.

Joaquim das Mulas, que já não trabalhava havia bem umas oito luas, pediu ao Sr. Lima se lhe emprestava uma besta. Riu-se quando disse ao patrão que não sabia se ia a Espanha para se curar a ele se para curar o animal, tal era o estado em que estava a mula que o patrão lhe havia emprestado. Ainda assim era melhor que nada. E meteu-se a caminho.

- E lá teve de se render a quem ele não acreditava, na foi ti Romão?

- Naaaaa, qual quê, sr Vitor. Quando entrou no consultório do António, dizem que eu na vi, sr. Vítor, olhos nos olhos com o curandeiro, na foi capaz de outra coisa senão zurrar.

sábado, 1 de outubro de 2011

66. Postetxea



Esta história, que ele não me contou porque eu próprio assisti, já a tenho ouvido contar a outros, noutras circunstâncias e com outros intervenientes mas, normalmente, com o mesmo fundo ou, como hei-de dizer, querendo mostrar o mesmo. Conheço-o há muito anos e sou seu companheiro de viagem desde há longa data também. Sei que ele se desenrasca em qualquer parte onde vá, não porque fale muitas línguas, quero dizer, safa-se em inglês, é mais forte em francês e, em castelhano, surpreendeu-me pela quantidade de vocabulário que possui. Ainda no domingo passado, estivemos com uma família brasileira sua amiga e quando ele se saía com um está muito giro logo corrigia para muito legal, pronunciando legau para que não restassem dúvidas. Com isto quero dizer que, se acrescentarmos o Português do Brasil, ao Português de Portugal, ele desenrasca-se falando em pelo menos metade do globo. E prometeu-me que iria tentar aprender um pouco mais de russo, mas descartou de imediato aprender mandarim ou árabe. Diz que não tem muito jeito para o desenho.

Já o vi entrar em muitos gags linguísticos, no último dos quais tive de lhe dar uma cotovelada para que o polícia da alfândega americana em Nova Iorque não pensasse que ele estava no gozo. Então não é que quando o polícia lhe perguntou what are you doing here? , em vez de lhe responder que estava em turismo, respondeu-lhe, I’m talking to you, sir… Mas a mais engraçada dele foi quando pediu um sumo de laranja num bar de hotel em Madrid. Pediu-o em português, sem mais nem outra e a resposta que obteve foi, yo no hablo inglês, señor. Depois foi vê-lo (e ouvi-lo) pedir,  jus d’orange,  orange juice e até suco de laranja, sempre acompanhado do respetivo s’il vous plait, please ou por favor, recebendo  sempre a mesma resposta do garçon, yo no hablo inglês, señor. Quando se lembrou que era zumo de naranja, recebeu um largo sorriso de volta, um estava de broma comigo?  perguntado sem rancor nem má cara e porque acertou finalmente teve direito a um platito de tapas e  um outro com  aceitunas, por supuesto.

Ao ouvir o Maciel contar-lhe o embaraço que teve em Algeciras para pedir duas cervejas, tentando espanholar (ou portinholar) a palavra, que foi desde cerberra a xerbexa passando pela inevitável cervieija,  com o empregado do balcão a olhar para ele e a fazer a sua já famosa cara número três, riu-se e disse-lhe em  bom português, quero duas cervejas se faz favor diga-se assim ou não, ao que o empregado, em português fluente, lhe respondeu, já podia ter dito,  decidiu então que desta vez o gesto seria tudo. Mas não o conseguiu exatamente. Quando viu o pequeno magote de quatro idosos conversando naquela praça de Santurce, uma pequena vila portuária do país basco, aproximou-se e perguntou-lhes onde eram los correos. Olhando uns para os outros e encolhendo os ombros, ouviram-no repetir, señores, por favor,  los correos. Nada, ninguém entendeu. Puxou do envelope que levava no bolso do blusão, mostrou a carta, fez um pequeno gesto retangular no local do selo, disse-lhes meio furibundo comprar sello e eis senão quando escutou os quatro em coro Ah! Los correos! Jurou que a sua próxima seria estudar basco. Couriers se calhar seria mais fácil. Ou não.