quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

215. Isto não é um conto

A Pobreza infantil



Toda a sociedade, todas as sociedades devem-se sentir culpadas pela pobreza. Analisando a fundo a questão, coisa que aqui não farei, por não ser o objetivo deste post, cada um de nós individualmente tem a sua quota-parte, ainda que mínima, neste flagelo. Provavelmente, o dinheiro que vou despender nas prendas de natal que vou comprar para os meus netos daria para alimentar duas ou três crianças carenciadas durante 2 ou três dias. Mas se nós temos esta culpa individual os Estados não podem fugir com o rabo à seringa. São eles, que ao não proporcionarem um desenvolvimento económico sustentado, uma política eficaz de emprego e uma distribuição equilibrada da riqueza (já que fiz mea culpa, quantos dias alimentariam duas ou três criança carenciadas o valor do leasing de um só automóvel topo de gama que é usado por qualquer secretário de estado, com direito a motorista e tudo?), são efetivamente os principais responsáveis. E não fazem nada que seja efetivo - em Portugal o número de pobres tem vindo em crescendo nos últimos, pelo menos, 10 anos - porquê? Porque têm interesses na pobreza e ganham dinheiro com a pobreza.
Hoje começa a campanha Toca a Todos que vai ajudar a Caritas Portuguesa no combate á pobreza. Entre várias iniciativas há a campanha telefónica de chamadas de valor acrescentado. Na verdade, se cada um de nós contribuir com 60 cêntimos + IVA, não custa nada e ajudamos uma causa muito digna. Mas é aqui que reside o busílis da questão. 23%  (IVA) dos donativos vão diretamente para os cofres do Estado. Quase 1/4 dos donativos. O Estado a encher bolsos à custa da pobreza que ajuda a criar. É um filme visto com direito a replay. E as "Grandes Vozes" aquelas que são escutadas por todos, os opinion leaders e os opinion makers, calam-se. É melhor assim, não vá o diabo tecê-las e ainda um dia venham a ser ministros...

PS. a foto retirei-a da net e não encontrei o autor para deixar os créditos. Seja de quem for, grato pela cedência.