Toda a sociedade, todas as sociedades devem-se sentir
culpadas pela pobreza. Analisando a fundo a questão, coisa que aqui não farei,
por não ser o objetivo deste post, cada um de nós individualmente tem a sua
quota-parte, ainda que mínima, neste flagelo. Provavelmente, o dinheiro que vou
despender nas prendas de natal que vou comprar para os meus netos daria para
alimentar duas ou três crianças carenciadas durante 2 ou três dias. Mas se nós
temos esta culpa individual os Estados não podem fugir com o rabo à seringa.
São eles, que ao não proporcionarem um desenvolvimento económico sustentado,
uma política eficaz de emprego e uma distribuição equilibrada da riqueza (já
que fiz mea culpa, quantos dias alimentariam duas ou três criança carenciadas o
valor do leasing de um só automóvel topo de gama que é usado por qualquer
secretário de estado, com direito a motorista e tudo?), são efetivamente os
principais responsáveis. E não fazem nada que seja efetivo - em Portugal o
número de pobres tem vindo em crescendo nos últimos, pelo menos, 10 anos -
porquê? Porque têm interesses na pobreza e ganham dinheiro com a pobreza.
Hoje começa a campanha Toca a Todos que vai ajudar a Caritas
Portuguesa no combate á pobreza. Entre várias iniciativas há a campanha
telefónica de chamadas de valor acrescentado. Na verdade, se cada um de nós
contribuir com 60 cêntimos + IVA, não custa nada e ajudamos uma causa muito
digna. Mas é aqui que reside o busílis da questão. 23% (IVA) dos donativos vão diretamente para os
cofres do Estado. Quase 1/4 dos donativos. O Estado a encher bolsos à custa da
pobreza que ajuda a criar. É um filme visto com direito a replay. E as
"Grandes Vozes" aquelas que são escutadas por todos, os opinion
leaders e os opinion makers, calam-se. É melhor assim, não vá o diabo tecê-las
e ainda um dia venham a ser ministros...
PS. a foto retirei-a da net e não encontrei o autor para deixar
os créditos. Seja de quem for, grato pela cedência.
O pão que sobra à riqueza
ResponderEliminarDistribuído, pela razão
Matava a fome à pobreza
E ainda sobrava pão
"O Estado a encher bolsos à custa da pobreza que ajuda a criar." Não esqueça que o Estado se somos nós todos, fala de um circulo vicioso. Que por acaso, está muito bem engendrado
(bem vindo,
ao espaço de onde não devia ter saído)
Obrigado pelas palavras, Rogério. Um abraço.
EliminarNão, isto não é um conto! É o retrato fiel do que se passa na nossa actual sociedade!
ResponderEliminarJá que te penitencias reconhecendo que a verba que irás gastar em prendas para os teus netos - já tens mais um? - tal como o Rogério deixou a quadra do Aleixo.
Deixo-te esta 'consolação' :
"É assim que a caridade
Do pobre ao pobre consola;
Nem só da mão sai a esmola,
Sai também do coração."
Do coração te saiu este texto, amigo desaparecido!
Bem-vindo, Victor.
Um beijo!
Olá minha querida. Tenho andado bué afastado do blog. Quando penso em recomeçar logo me distraio.Mas não parei coma mania de escrever :) De vez em quando publico aqui http://fotosdeaaz.blogspot.pt/ mas também sem nenhuma periodicidade.
EliminarSim tenho 2 netos: O Daniel com 3 anos e meio e o Xavier com 10 meses :)
Beijinhos.
Parabéns, então, a toda a família e a ti em especial, pela vinda de mais um netinho.
EliminarOs netos são uma bênção que nos rejuvenesce...e tu um avô babado! :)
Fico feliz por saber que, agora, em vez de comprares um cachecol do SLB, vais ter de comprar dois!!
Beijinhos, Vitor.
Muitas felicidades! :)
PS. Um dia destes vou ver-te nas fotos de A a Z...
se fosse um conto não tinha tanta dor...
ResponderEliminarBoas festas e saúde.
Bom Ano com saúde.
ResponderEliminarum abraço
Um abraço amigo Maceta. Um bom ano também para ti.
EliminarVitor
ResponderEliminarespero que haja saúde. E espero tambem que não estejas zangado com o blog , tão estimado blog...
abraço
Não estou zangado, não. Tenho andado ocupado com tanta coisa que me falta tempo para os mini-contos que alimentavam o blog. Entretanto vou escrevendo poesia aqui http://fotosdeaaz.blogspot.pt/
EliminarTenho um novo romance quase a sair e várias participações em coletâneas. Não tenho estado parado :)
Um grande abraço
A pobreza infantil tb existe aqui. Lamentavelmente.
ResponderEliminarOlá, Vítor!
ResponderEliminarJá tinha passado por aqui, mas não comentei, só li e pensei.
Que dura realidade, a que aqui é descrita.
Bom domingo!